terça-feira, 29 de novembro de 2011

"O relacionamento de uma organização com a mídia deve ser embasado em transparência, ética, verdade e justiça "

O Blog da 20ª Mesa-Redonda de Relações Públicas mostra hoje uma entrevista com um dos participantes do evento, João Aurélio Barbosa.

Entrevista: Laiana Pascarelli

Perfil do entrevistado


João Aurélio Barbosa graduou-se no ano de 2004 em Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas pela Universidade Federal de Goiás. Trabalha na Petrobras desde 2006 e atualmente é Gestor de Patrocínios Ambientais lotado na Gerência de Comunicação Institucional - Regional de Atendimento e Articulação Regional Norte, Centro-Oeste e Minas Gerais.



Nesse ano, chegamos a XX Mesa-Redonda de Relações Públicas com o tema "Imagem Organizacional e Mídia: A Construção de um relacionamento". Qual a sua expectativa para o evento?

Sem dúvida, há de se respeitar um evento que chega à sua vigésima edição, sinto-me honrado em participar. O tema é muito oportuno, pois, devido às novas tecnologias, estamos presenciando transformações, velozes e radicais, no modo como as organizações lidam com os meios de comunicação, sejam eles de massa ou dirigida. 



Por que as empresas necessitam investir no relacionamento com a mídia?


As organizações necessitam investir no relacionamento com a mídia para dar a esta o conhecimento sobre os seus valores, a sua maneira de agir, operar e executar as suas atividades. O intuito principal é angariar imagem positiva para a organização e, da mesma forma, construir ou preservar uma reputação favorável. 
Esta é uma tarefa de relações públicas a ser realizada por meio de um relacionamento dirigido e aproximativo com os profissionais e veículos de comunicação. Isto pode ocorrer por meio de visitas às instalações (da empresa, nunca da redação), cursos e treinamentos etc. Os resultados obtidos servirão para que escrevam e falem com mais propriedade sobre a organização e seus produtos, evitando, assim, distorções e informações enganosas.
Penso que, de maneira geral, existe certa carência de relacionamento das organizações com todos os seus públicos de interesse. É comum, dirigentes de grandes empresas ficarem satisfeitos por ter, por exemplo, emplacado um release num grande jornal, mas esta mesma empresa, não consegue dialogar com uma comunidade vizinha a uma de suas fábricas. As instituições necessitam, não só se relacionar com a mídia, mas investir melhor no relacionamento com todos os atores sociais que a cercam.



A mídia tem marcado constante presença na internet em busca de informações institucionais. Qual a melhor forma do profissional de Relações Públicas contribuir para esse trabalho?


Não só a mídia, mas todos os públicos de interesse da organização recorrem à internet. Assim, os profissionais de Relações Públicas devem colaborar para a produção de conteúdos personalizados para as redes sociais, sabendo se qual o público se quer alcançar e a mensagem a transmitir, tendo a internet como canal.
As mídias sociais são mais aproximativas do que a grande mídia, pois os mecanismos de buscas usam a estratégia de palavras chaves relacionadas por assuntos. Assim, podem ser produzidos conteúdos para um público que se interessa por um assunto específico, por exemplo: quando uma organização promove um evento interno de boas práticas para a preservação do meio ambiente, este fato não chega ao conhecimento do grande público, porque a imprensa não se interessou ou por se tratar de um assunto de interesse restrito, mas um integrante de uma organização de preservação ambiental, como público de interesse de relacionamento, poderá, por meio do mecanismo de busca, tomar conhecimento da ação e simpatizar-se pela empresa.


Existe um modelo ideal de relacionamento entre a organização e a mídia?

Penso que não existam modelos, mas sim postura. O relacionamento de uma organização com a mídia deve ser embasado em valores tais como: transparência, ética, verdade e justiça. Claro que há informações que são estratégicas e nem sempre é do interesse da organização divulgá-las. Entretanto, a organização não pode esquecer-se de dar tratamento equânime aos veículos - seja um jornal de bairro ou um veículo de circulação nacional - e de respeitar o direito intelectual do profissional de comunicação sobre suas proposições.


De que forma o evento contribui na formação acadêmica dos alunos de comunicação social? 

Um encontro entre acadêmicos e profissionais com atuação no mercado é uma oportunidade de enriquecimento mútuo. Nós, profissionais, somos revigorados com o idealismo estudantil e com a vontade de transformar status da profissão de Relações Públicas quanto ao seu reconhecimento pela sociedade. Os graduandos têm a oportunidade de conhecer as práticas profissionais que em breve estarão vivenciando e assim, poderão direcionar melhor suas carreiras para uma das diversas possibilidades que a área da comunicação oferece.

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